quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Haiti: tremor derruba dezenas de escolas




Terremoto ocorreu no segundo dia após as férias escolares, diz aluno da Unicamp




Dezenas de escolas e universidades desabaram no Haiti, causando a morte de milhares de estudantes, após o terremoto de sete graus na escala Richter.
O tremor da última terça-feira (12) ocorreu no segundo dia de aulas depois das férias de final de ano, afirma o brasileiro Daniel Quaresma dos Santos, 24. Ele viajou para o Haiti no dia 31 de dezembro com um grupo de pesquisa da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
As crianças haitianas haviam acabado de voltar às aulas, diz o jovem. Ele se lembra de estar a caminho de uma universidade na hora em que o abalo sísmico atingiu a capital Porto Príncipe:
- Eu e mais dois alunos da Unicamp [do grupo de pesquisa] sobrevivemos por estarmos atrasados. Deveríamos estar na Université d'Etat d'Haiti naquela hora [do terremoto], que desabou com cerca de mil estudantes dentro.
Não há telefone nem luz em quase todo o Haiti, afirma Santos, que estuda ciências sociais no Brasil.
Na quarta-feira (13), o grupo de pesquisadores do qual o jovem faz parte relatou ao R7 que a sede da ONG brasileira Viva Rio no Haiti abriga cerca de 8.000 pessoas, incluindo brasileiros e indivíduos de outros países. Todos estão desalojados.
Desde o terremoto, centenas de pessoas dormem nas ruas do Haiti para evitar novos desabamentos, diz o professor de antropologia da Unicamp Omar Ribeiro Thomaz, líder da comitiva de pesquisa da Unicamp. Ele publicou a informação no blog do grupo:
- Em frente à nossa casa foram erguidas barraquinhas, onde as pessoas se preparam para passar mais uma noite. Os vizinhos servem comida e água para os que se abrigam nas barracas.
Todos os membros do grupo - oito, de acordo com a Unicamp - estão bem e não sofreram acidentes. Eles já entraram em contato com os parentes no Brasil. Há um gerador a diesel, com baterias ligadas, na sede da Viva Rio em Porto Príncipe.

Número de mortos


A quantidade de mortos em Porto Príncipe pode chegar a 50 mil, mas não há número oficial divulgado pelo governo do Haiti.

Pelo menos 14 militares brasileiros morreram no país, além de Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança. Ela foi atingida na cabeça após uma palestra, de acordo com seu sobrinho, o senador Flávio Arns (PSDB-PR).
A embaixada do Brasil no Haiti foi muito danificada e praticamente não existe, disse o ministro das Relações Exteriores Celso Amorim. Todos os funcionários, no entanto, escaparam ilesos.
Na terça-feira (12) em que houve o terremoto, milhares de pessoas se reuniram na avenida Champs de Mars (Campo de Marte, em tradução para o português), no centro da cidade. As praças e jardins foram tomadas por famílias à espera de ajuda.
O brasileiro que estuda na Unicamp afirma que estava na avenida na hora em que houve o tremor:
- Os muros caíram em cima de muitas pessoas e as mataram. Os que sobreviveram começaram imediatamente a agradecer a Deus por estarem vivos. (...) Vi dezenas de mortos e feridos num percurso de três quilômetros [até a casa do grupo].


Ajuda internacional


O país já começou a receber ajuda internacional. O Brasil ofereceu a maior doação de recursos já dada para socorrer uma nação - R$ 26,5 milhões (US$ 15 milhões).
A ajuda brasileira será uma das primeiras a chegar ao Haiti. Ela inclui 22 toneladas de alimentos, oito aeronaves da FAB (Força Aérea Brasileira) para transporte de suprimentos e outros itens de socorro. As informações são da colunista Christina Lemos.

Fonte: http://r7.com

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